“Sublinho a importância da comunicação aberta existente na equipa e o espírito de entreajuda”
Cheguei ao voluntariado, de modo mais efetivo, depois da aposentação e ao JRS em Outubro de 2016.
Desde então, tenho sido voluntária no gabinete do emprego, fazendo o seguimento do encaminhamento e colocação de uma população de migrantes que procuram o apoio do JRS para encontrarem ofertas de trabalho; trabalho que lhes permitirá também manterem-se em situação regular em Portugal.
A informação recolhida através desse follow up tem sido, para mim, reveladora de anseios e dificuldades de quem oferece trabalho, necessidades e algum voluntarismo de quem o procura e, de ambos os lados, expetativas que na maioria dos casos se cumprem, marcando uma relação de confiança com o JRS. Isso manifesta-se, por exemplo, em caso de nova necessidade do empregador, ou de amigo ou familiar deste. Nem sempre tudo acaba bem. Há casos de desistência ou desajustamento, mas também aí se aprende a melhorar. Verificando o modo como as diferenças culturais entre países de origem e país de acolhimento estão presentes em pormenores da relação laboral, sobretudo de trabalho doméstico, que constitui a maioria dos casos de empregabilidade que referi, conforta-me a perspetiva do JRS, de investimento na formação (mediante financiamento externo), sempre que o considera necessário e pode fazê-lo.
Na minha atividade voluntária, sublinho a importância da comunicação aberta existente na “equipa” do emprego, num espírito de entreajuda e permanente troca de informação e experiências.
Igualmente realço o enquadramento institucional recebido: a apresentação clara e prática da missão, ação e necessidades do JRS, a escuta atenta da minha história, permitindo encontrar um espaço adequado para o meu contributo e o desafio constante a que esteja, isto é, estejamos presentes nos eventos organizados pelo Serviço, onde se procura desenvolver uma visão de conjunto e o contacto com os grupos de migrantes e de refugiados apoiados pelo JRS, assim fortalecendo a compreensão sobre os termos concretos da sua missão.
De modo mais pessoal, esta experiência tem-me desafiado a apreciar a importância da ajuda quase anónima e a valorizar uma relação de proximidade com pessoas cuja diversidade revela a riqueza de cada indivíduo e o enorme potencial de desenvolvimento de uma sociedade que pratique a inclusão.
Março 2018
Teresa Alves Martins
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