“O diploma que recebem no final da formação é para elas um sonho alcançado”
O ‘GeriCuidar’ é um projeto de formação do JRS que visa preparar mulheres migrantes para prestarem cuidados básicos a idosos.
O caminho de dois meses costuma começar sempre da mesma maneira: numa sessão de apresentação, caras tímidas, que não estão muito habituadas a falar de si mesmas, respondem quase a medo às perguntas que lhes vamos fazendo.
Com o tempo as caras ganham nomes e histórias, tantas (todas as) vezes histórias e realidades tão mais duras e sofridas do que a minha.
Integrar o grupo de formação deste projeto, implica, antes de mais, predispor-me a sair da minha realidade e ir ao encontro da realidade e da história de cada uma delas, pois é a partir do ponto de partida de cada uma que o caminho se vai fazendo.
Capacitá-las é mais do que passar-lhes conhecimentos técnicos, mas é convidá-las a deixarem-se encontrar, e a fazerem um caminho que as ensine a terem mais confiança, no futuro e nelas próprias. É mostrar-lhes que são capazes, se se atreverem.
Na mochila cada uma traz um enorme desejo de arranjar finalmente um emprego que lhes dê a possibilidade de aliviar um pouco a vida difícil que têm. Trazem vontade, empenho e curiosidade, mas também ideias e mitos que são necessários desconstruir para que possamos voltar a construir e prepará-las para as tarefas que as esperam.
O diploma que recebem no final da formação é para elas um sonho alcançado, e sinal de que com empenho conseguem chegar onde se propuseram. E assim, se acende e brilha mais alto em cada uma a esperança de que num futuro próximo a vida lhes sorria de volta.
Marina Teixeira, formadora voluntária no JRS
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