Neste momento, o mundo está a assistir ao mais alto fluxo de vítimas de deslocações forçadas alguma vez registado. Mais de 70 milhões de pessoas, em todo o mundo, foram forçadas a sair de casa devido a conflitos, guerras e perseguições. Entre eles, estão cerca de 30 milhões de refugiados, mais de metade dos quais são crianças.
A Europa compromete-se a acolher grande parte desta população, e Portugal mantém-se firme no seu compromisso de solidariedade, sendo o sexto estado-membro da União Europeia que mais refugiados recebeu ao abrigo do Programa de Recolocação.
Hoje, Portugal acolhe refugiados através de programas de reinstalação da Turquia e do Egito e de recolocação da Grécia, países de trânsito onde há vidas em espera há demasiado tempo, e através do resgate dos Barcos Humanitários no Mediterrâneo, cenário de absoluta emergência humanitária.
Não há lugar para estas pessoas no país delas. Não há lugar para estas pessoas nos países para os quais fugiram, à pressa e sem nada. A urgência humanitária mantém-se, embora já mais longe dos meios de comunicação. E embora a sensibilização pública esteja, hoje, mais desgastada, centenas de crianças e as suas famílias continuam a sua travessia até um novo projeto de vida, desamparadas e sem esperança.
Mas há lugar para estas pessoas em Portugal.

Recentemente o MAI anunciou o seu financiamento para o projeto CEIR e o JRS quer partilhar todas as informações e updates:

O Projeto CEIR irá criar um Centro de Acolhimento Temporário de Refugiados, que permita ao Estado Português, em parceria com o JRS Portugal, acolher famílias de refugiados por um período temporário, dando-lhes teto, apoio médico e psicossocial, aulas de português, orientação cultural e ajuda na definição do seu projeto de vida e permitirá criar um espaço para acolher cerca de 20 famílias com crianças.
Este centro irá sediar-se em Vendas Novas, nas instalações do antigo colégio Salesiano, hoje desativado, e numa moradia situada na freguesia de Bombel, da Cáritas. Estas instalações serão reabilitadas e contarão com espaços de habitação adequados ao acolhimento de famílias, espaços comuns de cozinha, refeição, lazer e convívio, salas de aula, salas polivalentes para atividades de grupo, e salas de atendimento médico.

O Centro será construído até 31 de dezembro de 2022 para estar em funcionamento após 2023. Contará, para isso, com uma equipa permanente de técnicos sociais e comunitários, psicológicos e intérpretes, sediada na localidade de Vendas Novas.
Embora o Projeto CEIR se encontre ainda numa fase embrionária, o JRS pretende que a criação e existência do Centro sejam desenvolvidas em diálogo próximo com a Câmara Municipal, para envolver, sensibilizar, apoiar e dinamizar a comunidade local, com o objetivo de se integrar na comunidade e em comunidade de Vendas Novas, mas faça parte dela, em harmonia.

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