Neste momento surge a pergunta: “Quem sou eu?” Isabel Pereira
Na minha perspectiva, o mais importante para os nossos formandos é o facto de sentirem que têm pessoas disponíveis para os ouvir.
Todas as pessoas que chegam diariamente à JRS (Serviço dos Jesuítas aos refugiados), são um público muito especial, a grande parte chega sozinho tendo abandonado tudo, família, amigos e uma vida fica para trás, porquê?
O que os levou a ter a coragem de abandonar tudo?
Chegam muitas vezes debilitados psicologicamente, sentindo-se inferiores.
É aqui que começa o nosso papel, ouvi-los e ajudá-los a levantar a auto-estima, que muitas vezes já não existe. Faze-los perceber que são pessoas, iguais a todas as outras, que têm direitos mas também deveres perante a sociedade.
Neste momento surge a pergunta: “Quem sou eu?” E é aqui que paramos para os ouvir. Começam então a olhar para eles com outra perspectiva e a auto-conhecerem-se. A partir daqui todo o trabalho que vem depois, fica muito facilitado
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