“Mulheres são mulheres. ‘Migrantes’ e ‘refugiadas’ são apenas palavras.”
Fathuma Mawoon chegou a Portugal há quase quatro anos com o marido. Deixou o seu país natal, o Sri Lanka, por querer encontrar melhores condições de vida. Veio para Portugal depois de o marido se ter apaixonado pelo país, principalmente pela sua tranquilidade e pela simpatia das pessoas. Ambos frequentam uma formação especializada do JRS, o projeto Integra+, que lhes oferece um curso na área de Supermercado.
Para o Dia Internacional da Mulher, Fathuma deixou-nos este testemunho:
“Estou em Portugal desde agosto de 2014. Vim com o meu marido depois de ele ter estado cá uma primeira vez e ter gostado muito. Disse-me que era um país muito tranquilo, calmo e com pessoas muito simpáticas!
É engraçado porque o Sri Lanka já foi uma colónia de Portugal, mas nós não sabíamos nada sobre o país nem sabíamos dizer uma palavra em português quando chegámos cá. A vida era muito difícil no Sri Lanka. Eu estudei Direito, licenciei-me, e trabalhava como advogada na “Legal Aid Commission”, mas eu e o meu marido tivemos de deixar o país por causa das dificuldades económicas. O país atravessava uma crise económica e, além disso, os negócios do meu marido foram destruídos durante o tsunami de 2004. Mas ele sobreviveu!
No futuro, gostava de trabalhar como advogada, na minha área, aqui em Portugal, o que infelizmente ainda não foi possível, quer por razões económicas, quer por causa da barreira linguística e da falta de equivalências académicas. Procurei o JRS para pedir ajuda para encontrar trabalho e, neste momento, estou a frequentar uma formação em Língua Portuguesa e uma formação especializada na área do Supermercado. Espero conseguir arranjar um trabalho em breve!
Em relação ao Dia da Mulher… sabia que o país onde foi eleita a primeira mulher primeira-ministra foi no Sri Lanka, em 1960?
Gostaria de dizer que as mulheres são mulheres. “Migrantes” e “refugiadas” são apenas palavras. As mulheres são, acima de tudo, muito fortes e corajosas. Nós criamos vida. As palavras “migrantes” e “refugiadas” às vezes impedem as mulheres de seguir em frente. Mulheres são mulheres.”
Fathuma Mawoon, 33 anos, Sri Lanka
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