“Modelo de coragem, tenacidade, resiliência e alegria de viver”
Há alguns anos, ia eu de carro no fim de um dia de trabalho, no rádio ligado alguém falava sobre o acompanhamento às comunidades de expatriados em situação de vulnerabilidade, feito pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS).
Anos passados, quando atingi a reforma, aquela emissão de rádio continuava bem presente e, na hora de procurar novos objectivos de vida, contactei o JRS propondo-me como voluntária. Depois de uma passagem pelas várias áreas de trabalho desta organização, optei pela Academia, tendo-me sido proposto colaborar na formação em serviço doméstico.
A experiência que tinha nesta área era a prática de governar a minha casa. A princípio muito apreensiva, lá comecei a dar noções básicas de gestão doméstica e critérios de poupança. A aceitação e interesse das formandas pelos temas e situações práticas abordadas tornou-me mais confiante, tendo sido uma experiência motivadora e enriquecedora. Nas formações que se seguiram, os temas abordados diversificaram-se e a apresentação das acções passou a ser feita em equipa com outra voluntária.
Os vários grupos de mulheres com que tenho trabalhado são todos diferentes e por isso são sempre desafios diferentes, mas todos eles apresentam as mesmas três características: diversidade de nacionalidades (guineense, cabo-verdiana, angolana, congolesa, paquistanesa, indiana, são-tomense, mauritana, etc), percursos (no que respeita a escolaridade e profissões no país de origem) e a dificuldade no domínio da língua portuguesa.
As experiências de vida que tenho conhecido são para mim inspiradoras como modelo de coragem, tenacidade, resiliência e alegria de viver. Como é gratificante quando nos pedem uma receita da culinária portuguesa ou nos contam do seu sucesso na prática de noções apreendidas na formação!
Anabela
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