JRS em 2018
O JRS Portugal – Serviço Jesuíta aos Refugiados –tem consolidado, desde a sua fundação em 1992, o seu papel ativo na defesa, acompanhamento e proteção dos requerentes de proteção internacional, beneficiários do estatuto de refugiado ou proteção subsidiária e imigrantes em situação vulnerável que vivem em Portugal.
No nosso centro de atendimento, em Lisboa, prestamos apoio a cerca de 1300 pessoas por ano que procuram resposta aos seus problemas sociais, legais e socioprofissionais. Em 2018, foram atendidas 1860 pessoas.
Passam pelo JRS, em média, 40 pessoas por dia para receber apoio social, apoio psicológico, apoio médico e medicamentoso, apoio jurídico e apoio à integração profissional e formação. A Academia ofereceu formação, em 2018 a 128 pessoas, das quais 78 conseguiram um emprego. Em 2018, o gabinete de emprego que nos últimos 5 anos encontrou emprego a mais de 1500 pessoas, conseguiu cerca de 350 colocações profissionais.
O JRS tem, também, estado na linha da frente da recolocação e reinstalação de refugiados em Portugal, através do seu papel enquanto responsável pelo Secretariado Técnico da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), enquanto entidade de acolhimento de várias famílias em habitações autónomas e através da sua presença no Centro de Acolhimento Temporário para Refugiados (CATR), espaço gerido pela Câmara Municipal de Lisboa. No ano passado foram acompanhados pela PAR 325 refugiados e 67 acolhidos no CATR.
Em 2018, destacamos o trabalho feito para alertar para os problemas relacionados com o processo de reagrupamento familiar de beneficiários de proteção internacional. Em junho, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda entregou à Assembleia da República um projeto de lei que pretendia retirar alguns entraves a este processo. Esta proposta assentou naquilo que o JRS tinha vindo a defender, em vários meios, no que diz respeito ao alargamento da definição de “membros da família” e ao longo tempo de resposta ao pedido de reagrupamento familiar. Se entrar em vigor, esta proposta terá um impacto concreto na vida das pessoas, permitindo que revejam os seus familiares de uma maneira mais célere, contribuindo para o seu processo de integração, assim como para a sua saúde mental. Além disso, pode evitar os movimentos secundários e o adiamento de um recomeço de vida em segurança e paz.
Este ano foi possível também refletir e fazer um balanço sobre o que tem falhado durante os processos de integração e, consequentemente, sobre o que ainda é preciso melhorar, o que se revelou fundamental para discernir sobre os desafios que assumimos para os próximos anos. O governo comprometeu-se a acolher 1010 refugiados ao abrigo do programa de reinstalação, sendo que o JRS se comprometeu a acolher cerca de 340 destas pessoas nos próximos dois anos. No final de 2018, assumimos também a Coordenação-geral da PAR, o que nos trará novos desafios, principalmente no que diz respeito à sensibilização da sociedade civil para a necessidade de continuar a acolher com hospitalidade.
Numa altura em que o tema dos migrantes e refugiados tem progressivamente saído da agenda mediática portuguesa e em que vamos vendo cada vez mais contra-informação e cobertura negativa em vários meios de comunicação europeus, o ano termina com um desafio transversal a todo o nosso trabalho no terreno: dar voz a quem não a tem e contribuir para uma discussão pública moderada e informada sobre o tema das migrações. Queremos contar, acima de tudo, as histórias de todos aqueles que desejam contribuir positivamente para as suas sociedades de acolhimento.
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