JRS – 25 anos em Portugal
Há 37 anos, neste mesmo dia (14 de novembro), o Padre Pedro Arrupe sj, então Superior Geral da Companhia de Jesus, escreveu uma carta aos seus companheiros jesuítas de todo o mundo para criar o JRS – Jesuit Refugee Service.
Em Portugal, assinalamos o nosso 25º aniversário e devido à natureza da nossa existência, à urgência da nossa ação e à vulnerabilidade das pessoas que servimos, esta data não se reveste de um sentido de celebração, mas sim de compromisso. A nossa existência continua a ser necessária devido aos milhões de pessoas que não vivem em segurança, que são perseguidos, que sofrem com guerras, catástrofes e fome. Por isso, esta data reveste-se, antes, do sentido de compromisso que assumimos nos últimos 25 anos para acompanhar, servir e defender os refugiados, deslocados à força e migrantes em situação de particular vulnerabilidade.
Assinalar este 25º aniversário é, sobretudo, enfatizar a responsabilidade que temos vindo a assumir, prova de que o trabalho que fazemos se tem consolidado e tem sabido adaptar-se à realidade que vivemos.
Serve este dia, também, para revisitarmos as palavras do Padre Pedro Arrupe, que ainda hoje inspira todos os JRS espalhados pelo mundo e serve para lembrar, principalmente, todas as pessoas que contribuíram para o que hoje somos – quem servimos.
Já passaram pelo JRS milhares de migrantes que aqui procuraram uma resposta e que a encontraram – milhares de estórias de vidas transformadas. Não obstante, recordamos também aqueles que, por várias razões, não o conseguiram fazer, com a certeza de que tudo fizemos para que fossem ouvidos e para que pudessem reencontrar alguma da esperança que tinham perdido.
O JRS em Portugal conta, hoje, com 35 colaboradores e 80 voluntários que se dedicam totalmente à sua causa e missão. Este trabalho em prol dos imigrantes e refugiados só tem sido possível graças também ao contributo essencial de muitos parceiros, particulares ou empresas para o desenvolvimento e a continuação de muitos projetos.
Além destes, contamos ainda com a generosidade de um conjunto de voluntários e amigos da nossa causa que em todas as áreas de atividade se têm empenhado em ajudar a cumprir a missão que nos foi confiada pelo Padre Pedro Arrupe.
A todos, o nosso muito obrigado e parabéns!
Dados
O JRS Portugal tem consolidado, nos últimos anos, o seu papel ativo na defesa dos requerentes de proteção internacional e beneficiários do estatuto de refugiado ou proteção subsidiária, que têm chegado ao nosso país quer através dos mecanismos da reinstalação, quer através dos da recolocação. Mais recentemente, desde 2015, e dada a urgência da sua atuação, o JRS tem estado na linha da frente da recolocação de refugiados em Portugal, através do seu papel enquanto responsável pelo Secretariado Técnico da PAR, enquanto entidade de acolhimento de várias famílias em habitações autónomas e através da sua presença no Centro de Acolhimento Temporário para Refugiados (CATR), espaço gerido pela Câmara Municipal de Lisboa.
Em 2016, chegaram a Portugal 781 refugiados recolocados, sendo que o JRS acompanhou, através das múltiplas frentes em que atuou, 370. Desde o início do ano de 2017, o JRS acompanhou, através do programa PAR Famílias, instituições anfitriãs que acolheram um total de 65 famílias refugiadas (138 adultos e 175 menores) e acompanhou 123 pessoas que passaram pelo CATR, em Lisboa.
Não obstante este apoio mais especializado, o JRS continuou, ao longo do ano 2017, o trabalho no seu centro de atendimento, em Lisboa, prestando apoio a cerca de 1300 pessoas que procuram resposta aos seus problemas sociais, legais e socioprofissionais. Passam pelo JRS, em média, 40 pessoas por dia para receber apoio social, apoio psicológico, apoio médico e medicamentoso, apoio jurídico e apoio à integração profissional e para participar nas formações que o JRS desenvolve. Em 2016, o JRS conseguiu colocar 303 pessoas no mercado de trabalho e dar formação, através da Academia JRS, a 246 migrantes. Também o Centro Pedro Arrupe, centro de acolhimento de imigrantes sem-abrigo, continuou a acolher pessoas em situação de particular vulnerabilidade social e a acompanhar de forma ativa e integrada as famílias refugiadas que o JRS acolheu em habitações autónomas.
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