Gabinete Social reinventou-se durante o Estado de Emergência
O Gabinete Social, bem como o CLAIM e todo o apoio na área de Saúde do JRS Portugal viram-se forçados a alterar os seus procedimentos devido à pandemia da COVID-19. Tendo em conta que estes apoios funcionavam até à data com atendimento presencial, tendo uma média diária de 40 pessoas no Centro de Atendimento, com a nova situação de saúde pública não era possível continuar com o mesmo padrão de atendimento sem pôr em perigo a saúde daqueles que nos procuram e de todos os colaboradores e voluntários do JRS Portugal.
Assim, foi adotada uma nova metodologia de trabalho à distância, através do teletrabalho. A equipa continuou a apoiar os migrantes e refugiados, que regularmente ou pontualmente vinham ao atendimento, através de chamadas telefónicas. Foram feitos acompanhamentos e encaminhamentos para outros serviços, bem como atendimentos de primeira vez para quem contactou o JRS Portugal por via telefónica ou por email. De 16 de março até 27 de abril foram feitos 725 atendimentos, sendo que 23 foram a novos utentes.
Desta forma foi garantida resposta à maior parte das necessidades dos utentes e prestado apoio psicossocial, psicológico e psiquiátrico. Esta pandemia também trouxe alterações à situação legal de muitos dos nossos utentes e por isso o CLAIM teve a preocupação de informar, esclarecer e orientar muitos migrantes sobre o Despacho 3863-B/2020. Esta alteração também levou a um maior acompanhamento para verificar se os migrantes estavam a conseguir beneficiar das alterações decorrentes deste despacho governamental. Para isso foram feitos contactos com os serviços e os utentes.
Apesar de se ter garantido o acompanhamento, a proximidade e relação com os nossos utentes, sentimos a falta da presença física destes. De facto, o contacto visual ou o toque de reconforto num momento difícil não pode ser substituído por uma chamada telefónica. O ser humano precisa de interação social, principalmente para quem não tem família no país de acolhimento nem rede de suporte, o isolamento social já era sentido mesmo antes de ser determinado o confinamento social por questões de saúde e agora é-o de forma mais veemente.
Muitos foram afetados de forma colateral, como situações de desemprego (o que leva à perda de rendimentos e tudo o que isso acarreta), tratamentos de saúde adiados, etc, mas felizmente não temos conhecimento no âmbito dos contactos realizados pelo Gabinete social de algum utente ter sido infetado pelo vírus SARS-COV2.
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