A_REDE: lançada plataforma que apoiará pessoas refugiadas a encontrar habitação em Portugal
A_REDE: lançada plataforma que apoiará pessoas refugiadas a encontrar habitação em Portugal
A iniciativa pretende ajudar as famílias de refugiados a encontrar habitação em Portugal, com contratos de arrendamento mínimos de 1 ano.
“Uma nova casa. Um novo começo”, é o mote que orienta a atuação d’A_REDE, uma iniciativa do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) e da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR).
Tendo em conta as dificuldades de acesso ao mercado imobiliário privado por parte de pessoas refugiadas, A_REDE, plataforma online, tem como missão criar as condições necessárias para que os refugiados possam recomeçar os seus projetos de vida em Portugal.
Cumprindo o seu papel de “ponte” entre as famílias e todas as pessoas que queiram fazer parte do acolhimento e inclusão dos refugiados, esta iniciativa visa reforçar a capacidade de mobilização da sociedade em prol da inclusão de refugiados no território nacional.
Esta iniciativa, pioneira em Portugal, foi financiada através do projeto aprovado pela FAMI (Fundo Asilo, Migração e Integração) CSI PT/2020/FAMI/520.
Como funciona?
A_REDE, disponível em www.a-rede.pt, pretende colocar as famílias refugiadas em contacto com pessoas que tenham casas para arrendar a preços acessíveis. Através desta plataforma digital, os interessados em fazer parte desta REDE podem fornecer, mediante preenchimento de um formulário online, as características dos imóveis e outros espaços que tenham disponíveis, bem como as condições de arrendamento.
Qualquer pessoa pode fazer parte deste projeto. Basta recorrer à sua própria rede de contactos para encontrar um senhorio que queira fazer parte da solução, sendo que o objetivo principal é a celebração de contratos de arrendamento com duração mínima de 1 ano, entre famílias refugiadas e senhorios, com o apoio do JRS.
Refugiados em Portugal
Segundo o Observatório das Migrações, “o número de refugiados e de requerentes de asilo no mundo, e de populações deslocadas no seu próprio território conheceu um forte incremento nos últimos anos, em resultado de guerras, conflitos armados ou violação dos direitos humanos, tendo atingido um máximo histórico em 2020 de 82,4 milhões de pessoas em todo o mundo. Em 2020 uma em cada 95 pessoas do Mundo era deslocada contra a sua vontade (uma década antes era uma pessoa por cada 159 pessoas do mundo).”
Segundo a mesma fonte, “Portugal não se encontra entre os principais destinos de proteção internacional no mundo ou na Europa: dos 26,4 milhões de refugiados no mundo em 2020, apenas 2,7 milhões (12,9%) estavam em países da União Europeia (UE27) e desses, Portugal somente acolheu cerca de 2,4 mil, ou seja, 0,1% do total dos refugiados da UE27. Em 2020 Portugal posicionava-se na vigésima posição entre os 27 Estados-membros, por ordem dos que receberam maior número de refugiados para os que receberam menos.”
Refere o mesmo Relatório que, em 2021, cerca de 2.725 pessoas beneficiavam de proteção internacional em Portugal (1.596 com estatuto de refugiado e 1.129 com título de proteção subsidiária). De salientar que as estatísticas nacionais apontam a habitação como um dos principais desafios ao acolhimento de pessoas refugiadas em Portugal. Em 2021, apenas 23% encontrou uma solução de alojamento no final do programa de acolhimento de 18 meses, ou seja, apenas uma minoria foi considerada autónoma neste aspeto.
Já o ano de 2022 foi marcado pelo acolhimento em Portugal de mais de 50.000 pessoas deslocadas no seguimento do conflito na Ucrânia, provando a hospitalidade do povo português é capaz de salvar milhares de vidas que fugiram da guerra, em busca de alguma Paz.
“O acesso à habitação é um desafio que afeta todos, indiscriminadamente, em Portugal. No entanto, para as pessoas refugiadas, as dificuldades são acrescidas. Este projeto vem, precisamente, convidar os senhorios a colocarem-se na sua pele e o impacto que poderão ter na vida de quem foi forçado a deixar tudo para trás. Estamos a falar de pessoas que não têm amigos ou familiares em Portugal que as ajudem a superar as exigências do mercado de arrendamento privado”, explica André Costa Jorge, Diretor do JRS Portugal e Coordenador da Plataforma de Apoio aos Refugiados. “Para as pessoas refugiadas, uma casa significa muito mais do que quatro meras paredes: representa uma oportunidade de um novo começo e a estabilidade que tanto anseiam alcançar, depois de tudo o que passaram nos países de origem e de todas as atrocidades que enfrentaram na travessia. Precisamos da ajuda de todos, especialmente dos senhorios, para que as pessoas refugiadas possam concretizar os seus projetos de vida em Portugal e encontrarem a felicidade que tanto procuram”.
Sobre A_REDE
Lançada em Portugal em maio de 2023, A_REDE é uma plataforma online que visa criar as condições necessárias para que os refugiados possam recomeçar os seus projetos de vida em Portugal. Como “ponte” entre famílias e todas as pessoas que queiram fazer parte do acolhimento e inclusão dos refugiados, esta iniciativa visa reforçar a capacidade de mobilização da sociedade em prol da inclusão de refugiados no território nacional, através da celebração de contratos de arredamento com o mínimo de 1 ano.
Partilhe...