Reflexão do ano de Voluntária do JRS
Com o fim do ano a chegar recebemos uma carinhosa mensagem de uma das formadora de português que é voluntária, Ana Sofia Souta, no projeto Entre Palavras, escreveu sobre a sua experiência durante este ano complicado e deixando um apelo a quem lê.
“Pequenas, mas potentes luzes”
No contexto excecional da crise dos refugiados, cada um de nós tem de ser também excecional. Mais do que nunca, temos de sair da nossa monotonia e conformismo e, através da nossa ação, ajudar os outros. Cada um de nós tem algo de útil a dar. Chegou o momento de pegar nos nossos talentos e colocá-los ao serviço dos outros.
Nenhum de nós tem capacidade para mudar o mundo sozinho, é certo. Todavia, cada um de nós tem capacidade para mudar uma pequena parte desse mundo. Não deixemos, por isso, que as pessoas e as coisas passem por nós como navios em direção ao seu próprio naufrágio. Sejamos as pequenas, mas potentes luzes, que lhes iluminam o caminho no meio da tempestade. Num tempo em que a dispersão impera e o desdobramento em inúmeras tarefas é uma exigência, temos de ter tempo para o outro.
Este meu texto é, por isso, um apelo. Um apelo para que coloquemos a dádiva e a solidariedade no centro da nossa vida , que será tanto menos banal quanto mais vidas tocar. Que o novo ano que se inicia seja o ano do multiplicar da solidariedade. Sejamos jardineiros da paz e do amor. Sejamos opositores acérrimos da guerra e de qualquer pessoa, partido ou organização que se coloca do lado do ódio e do rancor. Mostremos que o nosso é o lado da paz – e façamo-lo na maneira como nos comportamos, nas pessoas pelas quais nos rodeamos, nos partidos nos quais votamos, no modo como escolhemos passar o nosso tempo, nas palavras e expressões que empregamos – nos pequenos (grandes) atos que dignificam a vida humana. Sejamos a paz que nós próprios almejamos porque esta começa e acaba em cada um de nós; e, pelas nossas próprias ações, se não tivermos cuidado, é também destruída.
– Ana Sofia Couto
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