Parlamento Europeu rejeita reforço do resgate de migrantes no Mediterrâneo
Eurodeputados portugueses do PPE dividiram-se mas ainda assim foram os que mais votaram a favor
Na passada quinta-feira, o Parlamento Europeu votou uma moção para intensificar as operações de busca e salvamento de migrantes e refugiados no Mediterrâneo.
O JRS considera lamentável que tenha sido rejeitada, demonstrando que salvar vidas não é uma prioridade do Parlamento Europeu. Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações, desde 2014 morreram pelo menos 18 mil pessoas na travessia. Em 2019, pelo sexto ano consecutivo, mais de mil perderam a vida.
A votação contou com 290 votos contra e 288 a favor, impedindo assim que a iniciativa procedesse.
A maioria dos votos contrários veio de um dos maiores partidos do Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu. Consideramos lamentável que o centro-direita da Europa tenha abandonado esta obrigação moral e legal de auxílio aos mais vulneráveis. Devemos, no entanto, saudar os eurodeputados portugueses que votaram a favor da proposta, em particular os os eurodeputados Paulo Rangel, Cláudia Monteiro de Aguiar e Lídia Pereira, que votaram a favor da proposta, em sentido contrário à esmagadora maioria do seu partido.
Apelamos que a mesma consciência humanitária e coragem político-partidária seja assumida pelos eurodeputados portugueses que não votaram a favor: Nuno Melo, Álvaro Amaro e José Manuel Fernandes. A eurodeputada Maria da Graça Carvalho, por outro lado, votou contra por lapso, alterando o seu voto posteriormente para a favor. Apelamos, pois, que ponderem os valores humanitários subjacentes a esta votação e que reconsiderem o seu voto no futuro, garantindo que a União Europeia continue e reforce o seu dever e missão de resgate de migrantes que fogem da guerra e que recorrem a esta via mortal para chegar à Europa.
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